No que diz respeito à vacinação das gestantes, desde as primeiras consultas de rotina pré-natal, as chaves são:
Educação. A transmissão de informações de qualidade pode modificar uma das principais barreiras para a vacinação: o desconhecimento sobre a susceptibilidade a doenças que podem ser prevenidas com a aplicação de vacinas, sobre a morbidade causada por essas doenças, e sobre os riscos e os benefícios das vacinas.
Há evidências sobre aspectos que influem na aceitação das vacinas pela população. Estes devem ser consideradas estrategicamente pelos membros da equipe da saúde e por quem administra os recursos para as campanhas de vacinação.
Tais aspectos são:
Confiança: na eficácia e na segurança das vacinas e no sistema responsável por sua aplicação.
Às vezes, durante a gravidez, é necessário aplicar à gestante várias vacinas simultaneamente, por exemplo, a Tdap (toxoides tetânicos e diftéricos combinados com a vacina acelular contra a coqueluche) e a vacina contra a influenza.
Em estudos que incluíam pessoas não gestantes para avaliar a segurança de aplicar as vacinas Tdap e da influenza simultaneamente, e não por separado, não foi observado um aumento do risco de eventos adversos.
Há várias vacinas que podem ser aplicadas com segurança durante a gestação. Em 2014, o Comitê Consultivo Mundial sobre Segurança das Vacinas da OMS, avaliou detalhadamente os dados científicos disponíveis sobre a segurança das vacinas durante a gestação e concluiu que:
- a gravidez não deve impedir que as gestantes sejam vacinadas;
- embora exista um risco teórico para o feto com as vacinas com micróbios vivos ou atenuados, como é o caso da vacina tríplice viral, nenhum resultado adverso importante associado à vacinação foi comunicado.
GRIPE
• As mulheres grávidas correm maior risco de contrair gripe e suas complicações, assim como seus bebês.
• As vacinas contra a gripe são eficazes na prevenção da infecção e na redução da gravidade da doença na mãe e no recém-nascido. As vacinas contra a gripe são usadas há décadas e sua segurança está bem documentada. Estratégias de comunicação que estimulem a vacinação contra gripe são de extrema importância para promover sua aplicação.
O tétano é uma doença não transmissível com risco de vida causada por uma potente neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium tetani.
O tétano neonatal pode ser prevenido através da vacinação da mulher antes ou durante a gravidez, que protege a mãe e o bebê através da transferência de anticorpos antitetânicos. As práticas higiênicas de parto também são importantes para prevenir o tétano materno e neonatal (TMN).
Mycobacterium tuberculosis, o agente etiológico da tuberculose (TB), é uma das principais causas de doença e morte humana, particularmente em países em desenvolvimento.
Em todo o mundo, a TB está intimamente ligada à pobreza, tornando o controle da TB uma questão de justiça e direitos humanos.
Em algumas áreas com alta carga de TB, as estratégias existentes para o seu controle não conseguem acompanhar o número crescente de casos de TB que ocorrem paralelamente à pandemia de HIV/AIDS.
Se a mãe for HIV positiva, o recém-nascido deve primeiro fazer o teste de HIV: se o teste de HIV da criança for negativo após 5 semanas do nascimento, ele/ela pode ser vacinado com BCG.
No caso da vacina contra hepatite B, seja a mãe ou o bebê soropositivo para o HIV, o recém-nascido pode receber essa vacina com segurança o mais rápido possível após o nascimento.
A imunização materna e neonatal refere-se à imunização antes da gravidez, durante a gravidez e durante o período pós-parto que se destina a fornecer proteção à mãe e ao filho.
Este é um conceito crítico, pois recém-nascidos e prematuros são particularmente vulneráveis a infecções por doenças imunopreveníveis. Além disso, seus sistemas imunológicos imaturos não podem montar respostas imunes protetoras a antígenos vacinais específicos até várias semanas ou meses após o nascimento. Isso cria uma lacuna durante a qual os recém-nascidos são extremamente vulneráveis.
Todos os bebês devem receber sua primeira dose da vacina contra hepatite B o mais rápido possível após o nascimento, de preferência dentro de 24 horas.
Quando não for viável, a dose ao nascimento ainda pode ser eficaz na prevenção da transmissão perinatal se administrada dentro de 7 dias, particularmente dentro de 3 dias, embora um pouco menor do que se administrada dentro de 24 horas, mas com eficácia decrescente a cada dia que passa. Mesmo após 7 dias, uma dose tardia pode ser eficaz na prevenção da transmissão horizontal e, portanto, continua sendo benéfica.