A triagem neonatal universal é recomendada para a detecção de anomalias oculares. Deve ser feita junto com serviços de diagnóstico e tratamento para os bebês que apresentarem alguma anomalia.
Calcula-se que há 1,14 milhão de meninos e meninas de 0 a 15 anos cegos ou com deficiência visual grave devido a afecções oculares. As causas principais da cegueira são as cataratas congênitas e do desenvolvimento, a cicatrização corneana, as anomalias oculares congênitas, as distrofias da retina, o glaucoma e a retinopatia do prematuro.
A triagem durante o período neonatal permite detectar recém-nascidos com afecções presentes antes do nascimento para encaminhá-los ao tratamento oportuno (cirurgia de cataratas, glaucoma e retinoblastoma; acompanhamento de longo prazo ou referência para avaliação geral da saúde ou reabilitação visual). A avaliação ocular geralmente é realizada com lanterna para examinar as estruturas externas do olho e com testes de reflexo vermelho (TRV), com oftalmoscópio direto ou uma alternativa adequada. O TRV com oftalmoscópio direto apresenta alta especificidade para as afecções dos segmentos anterior e posterior do olho, e para as afecções combinadas, embora sua sensibilidade seja menor, especialmente para as do segmento posterior.
A detecção universal de anomalias oculares nos recém-nascidos deve ser realizada antes da alta depois de um parto em um hospital, ou na primeira consulta pós-natal em ambulatório depois de um parto feito em casa. Sempre que possível, a detecção deve ser feita dentro das primeiras seis semanas após o nascimento.
A exploração externa do olho e o TRV devem ser realizados por pessoal da equipe da saúde devidamente capacitado, usando um equipamento padrão (por exemplo, um oftalmoscópio direto). Devem ser estabelecidos ou fortalecidos sistemas de detecção sistemática, encaminhamento, diagnóstico e tratamento para garantir o acompanhamento e o manejo apropriado dos bebês que apresentam um resultado positivo.
